Relembrando: Os hormônios em questão são a insulina e o glucagon.
A insulina é liberada em resposta à hiperglicemia (quando existe um aumento da quantidade de glicose no sangue) pelas células β da ilhota de Langerhans, estimulando o transporte de glicose para interior da célula com o auxílio de permeases, portanto um transporte passivo. Ela age como um hipoglicemiante.O glucagon tem o efeito contrário ao da insulina, sendo liberado em resposta à hipoglicemia pelas células α das ilhotas de Langerhans. Esse hormônio tem efeitos degradativos, incidindo sobre lipídeos, proteínas e glicogênio, principalmente no tecido adiposo e fígado.Há, nas células do fígado (os hepatócitos) o estímulo da gliconeogênese (formação de glicose a partir de piruvato) e glicogenólise (quebra do glicogênio hepático para formação de glicose) e no tecido adiposo o estímulo da lipólise a fim de corrigir os níveis de glicose sanguínea.
Continuando... Mas se esse é um blog de bioquímica do álcool, o que tem a ver a insulina, o glucagon, as enzimas digestivas e o álcool?! A resposta é: tudo!
Estudos já demonstram que a principal causa da pancreatite (inflamação do pâncreas) é o álcool, causando danos intensos se ingerido com freqüência. A quantidade necessária para produzir lesão pancreática é de 60 gramas de álcool etílico por dia para mulheres e 80 para homens, por tempo prolongado.
Existem dois tipos de pancreatite: Crônica e Aguda.
Pancreatite Aguda: É causada pela formação de cálculos biliares que podem migrar pelos canais que comunicam a vesícula com o colédoco (junção dos ductos hepáticos e canal cístico da vesícula). Se um desses cálculos ficarem presos na região terminal do colédoco (junto ao ducto pancreático*) e provocarem obstrução, o pâncreas inflama e não consegue dar vazão às secreções exócrinas.A primeira causa da pancreatite aguda são os cálculos biliares e a segunda é o álcool, que pode resultar numa pancreatite aguda alcoólica e torná-la crônica.
*Ducto pancreático e colédoco desembocam juntos no intestino delgado.
Pancreatite Crônica: Causada principalmente pelo consumo de álcool prolongado, esse tipo de pancreatite é caracterizado pela destruição do parênquima glandular e substituição por fibrose, atrofia glandular e dilatação. Isso faz com que ele perca sua função endócrina e exócrina, não secretando, ou secretando pouco, os hormônios e as enzimas que comentamos. Conseqüência: A reduzida produção de lipase não digere e dificulta a absorção das gorduras, tornando freqüente episódios de diarréia. Além disso, a redução da liberação de insulina torna os níveis sanguíneos de glicose altos, o que resulta no desenvolvimento de diabetes do tipo 1, dependente de insulina. O consumo de alimentos gordurosos piora o quadro, pela falta de enzimas digestivas suficientes.
Abaixo vai uma matéria sobre o tema que a revista “Saúde!” edição de janeiro publicou. (clique para aumentar)
É isso, espero que tenham gostado, cuidem do pâncreas e até a próxima!
Marzzoco, Anita – Bioquímica Básica
http://fugesp.org.br/nutricao_e_saude_conteudo.asp?id_publicação=1&edicao_numero=14&menu_ordem=4
http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/2563/pancreatites
Postado por: Nataly de Andrade
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